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Foto do escritorNatasha Sioli

Programa de trainee 2021 do Magazine Luiza é aberto somente a candidatos negros

Atitude da empresa levanta questão sobre racismo nas redes sociais e internautas discutem se existe racismo reverso, a resposta é não


Foto: Reprodução / Twitter

Nesta sexta-feira (18), o Magazine Luiza anunciou a abertura das incrições para o programa de trainee 2021 e que estará valendo apenas para candidatos negros. De acordo com a empresa, este é o primeiro programa de trainee do país que seja exclusivo aos negros, atualmente o quadro de funcionários do Magazine Luiza possui 53% de negros e pardos, no entanto somente 16% deles estão em cargos de liderança. 


Para o desenvolvimento do programa este ano, a empresa entrou em parceria com algumas consultorias, como: Indique uma Preta e Goldenberg, Instituto Identidades do Brasil, Faculdade Zumbi dos Palmares e Comitê de Igualdade Racial do Mulheres do Brasil. A diretora executiva de gestão de pessoas, Patrícia Pugas, disse em comunicado que "O Magazine Luiza acredita que uma empresa diversa é uma empresa melhor e mais competitiva, queremos desenvolver talentos negros, atuar contra o racismo estrutural e ajudar a combater desigualdade brasileira."


Para se inscrever, os candidatos precisarão ser formados entre dezembro de 2017 e dezembro de 2020 em qualquer curso de ensino superior, não serão pré-requisitos de seleção possuir conhecimento em inglês e também não é necessário possuir experiência profissional anterior. Serão aceitos candidatos de todo o país, se tiverem a possibilidade de se mudar para São Paulo. O processo seletivo terá seis etapas, que se iniciam com os testes online, depois irão passar por a gravação de um vídeo de apresentação profissional, entrevistas com o departamento de recursos humano e irão passar por entrevistas com diretores de outras áreas e também pela Diretoria Executiva, por fim irão participar de uma conversa com Frederico Trajano, CEO da empresa.


A exclusividade aos candidatos negros causou alvoroço nas redes sociais, segundo alguns internautas essa atitude da empresa é considerada racista com pessoas brancas,  termo "racismo reverso" voltou a ser muito comentado. De acordo com a pedagoga e especialista em relações étnico-raciais, Viviana Santiago, é impossível que exista o racismo reverso pois a discriminação não se resume a apenas atitudes individuais, como xingar alguém por sua cor de pele ou escravizá-las por sua etnia. 


"As pessoas pensam no racismo como uma questão pessoal, e não de sistema. Se uma pessoa, sozinha, chama alguém de "branco azedo", isso denota falta de respeito, mas não é racismo. Embora esteja, sim, errado, o xingamento não diminui o poder da pessoa branca na sociedade, não fez com que a pessoa negra fosse a norma, a dominante", explica Viviana ao UOL.


Além disso, Viviana também explica sobre a protagonização das pessoas brancas em diversas áreas enquanto pessoas negras são secundárias. "Afirmar e decidir que o grupo possa acessar essa função de destaque não fere o direito das pessoas brancas. Elas já ocupam esse lugar o tempo todo, é só uma oportunidade para pessoas não brancas. Seria preciso muito mais para inverter este quadro".


Enquanto isso, outros internautas elogiam a atitude e afirmam: não existe racismo reverso.


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