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Foto do escritorCarolina Gandra

OMS afirma que apoia as vacinas pela ciência, e não pela nacionalidade

A porta-voz da entidade declara sobre a decisão do governo brasileiro de não aceitar as vacinas chinesas


Foto: UN News/Daniel Johnson

Margaret Harris, a porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS), declarou, nesta sexta-feira (23), que a OMS escolhe e apoia as vacinas com base na ciência, como os níveis de eficácia e segurança, e não pela nacionalidade das empresas. A declaração da porta-voz foi feita após ela ser contestada sobre um pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais e em entrevistas, que decidiu não comprar as vacinas chinesas.


"Nós escolhemos a ciência. [A questão] não é a respeito da nacionalidade, e essa é a beleza de ser multilateral, esse é o ponto da ONU. Nós escolhemos a ciência e deveremos escolher a melhor vacina. E como se sabe, não vamos apoiar nenhuma vacina até que seja provado que ela teve o mais alto padrão de segurança e o nível certo de eficácia", declarou Harris.


O Ministério da Saúde informou, na terça-feira (20), que um protocolo foi aberto com a intenção de compra de 46 milhões de doses da vacina contra a Covid-19, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em conjunto com o Instituto Butantan, a Coronavac. Em contramão, o presidente Jair Bolsonaro ordenou, no dia seguinte, o cancelamento do acordo de recebimento das doses, com o argumento de que "estaria comprando uma vacina que ninguém está interessado por ela, a não ser nós."


“A [vacina] da China nós não compraremos, é decisão minha. Eu não acredito que ela transmita segurança suficiente para a população. Esse é o pensamento nosso. Tenho certeza que outras vacinas que estão em estudo poderão ser comprovadas cientificamente, não sei quando, pode durar anos”, declarou em entrevista à Jovem Pan, na quarta-feira (21). “A China, lamentavelmente, já existe um descrédito muito grande por parte da população, até porque, como muitos dizem, esse vírus teria nascido por lá”, afirmou.


Mariângela Simão, a vice-diretora-geral da OMS, afirmou em entrevista que 4 das 10 vacinas que estão sendo produzidas em estágios avançados são chinesas. Além disso, cinco são multinacionais e uma é russa. "Hoje o mundo depende de muitos produtos farmacêuticos que são oriundos da China: muitos dos princípios ativos farmacêuticos, boa parte das plantas, das fábricas de produção, por exemplo, antibióticos são chinesas, vêm da China”, completou a vice-diretora-geral da OMS.


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