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Morre Washington Novaes; relembre a trajetória do jornalista

Foi um dos primeiros profissionais a se dedicar à pauta do meio ambiente e se tornou referência na área


Por Giovanna De Luca

Foto: Reprodução/“O método” (2019)

Washington Novaes morreu na noite de ontem (24), aos 86 anos, em um hospital de Aparecida de Goiânia, cidade na região metropolitana de Goiânia. O jornalista estava internado desde semana passada em decorrência a um tumor no intestino que necessitava de tratamento cirúrgico. Por isso, Novaes foi operado na quinta-feira (20) e estava desde então na UTI. Mas em decorrência a uma infecção que desencadeou em uma disfunção no fígado, o caso foi agravado nos últimos dias.


A informação foi dada pelo filho dele, o cineasta Pedro Novaes. Em um texto enviando para p G1 o jovem ao lamentar a partida do pai, afirma que não só a família fica órfã, "mas também o Cerrado e a Amazônia, pelos quais ele tanto lutou, e os povos indígenas brasileiros, já tão sofridos, e pelos quais ele se apaixonou décadas atrás”.


Autoridades e profissionais da imprensa também manifestaram pesar pela morte do mestre. Em uma rede social, André Trigueiro que também atua na área ambiental, disse, em vídeo, que o legado de Novaes continuará vivo nas gerações seguintes de jornalistas. “Tudo que eu sou nessa profissão na área ambiental eu devo ao exemplo, à contundência e coragem do mestre Washington Novaes. A trajetória dele abriu caminhos para várias gerações de jornalista que entenderam ser possível, sem prejuízo da isenção e da imparcialidade, denunciar o que não pode ser objeto de qualquer dúvida, que é a defesa da vida, do meio ambiente e dos direitos das comunidades indígenas”, afirmou.


Trajetória


Washington Luís Borges Novaes, o Washington Novaes nasceu na cidade de Vargem Grande do Sul, cidade do interior de São Paulo, em 3 de junho de 1934. Filho de um professor e político local e de uma costureira que só parou de trabalhar aos 90 anos, dizia que de seus pais havia herdado o sentido ético de vida e a obsessão pelo trabalho.


Novaes começou a trabalhar cedo e mudou-se para São Paulo para cursar Direito na Faculdade do largo de São Francisco. Mas com o passar dos anos, percebeu que sua verdadeira vocação era o jornalismo.


Ele foi repórter, diretor, editor e colunista das principais publicações brasileiras, entre as quais: Veja, O Estado de São Paulo, Folha de São Paulo, Última Hora, Visão, Correio da Manhã, O Jornal, Gazeta Mercantil, Jornal do Brasil. Na televisão, atuou como editor e comentarista das principais emissoras e redes: Rede Manchete, TV Rio, TV Gazeta, Rede Bandeirantes e TV Brasil Central.


Sempre teve muito interesse pelos temas: meio ambiente e cultura indígena. Em 1977, entrou para a Rede Globo, e ajudou a estruturar o: “Globo Repórter”. Foi nessa época que se consolidou como referência no jornalismo ambiental. E de 1991 a 1992, veio a se tornar secretário de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia do Distrito Federal e mais tarde consultor da Área Ambiental.


Além disso, ele escreveu muitos livros. Entres eles: “Xingu, uma flecha no coração”; “A quem pertence a comunicação”; “Xingu”; “A terra pede água”; “A década do impasse”. Além da parceria com outros escritores.


Com o seu trabalho, o jornalista conquistou inúmeros prêmios nacionais e internacionais. Entre eles: Prêmio Golfinho de Ouro, em 1988, da Secretaria de Cultura do Rio; Prêmio Esso Especial de Ecologia e Meio Ambiente, em 1992, por artigos sobre a Eco-92- publicados no Jornal do Brasil; Prêmio da Câmara Americana de Comércio, em 2001, pelo documentário: “Biodiversidade- primeiro mundo é aqui”; Prêmio Unesco de Meio Ambiente, em 2004; Medalha de prata no festival de Cinema e TV de Nova Iorque, em 1982, pela direção do documentário: “Amazonas, a pátria e a água”; Medalha de ouro no Festival Internacional de TV de Seul, Coréia do Sul, em 1985, pela série: “Xingu- A Terra Mágica”.

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