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O menino de 8 anos escreveu uma carta à lápis com o pedido
Angelo é um menino de 8 anos que mora com a mãe, um irmão e o padrasto no município de Quixeramobim, interior do Ceará. O padrasto de Angelo é o agricultor Adilton, que passou a morar com a família depois que o pai do garoto se divorciou da mãe dele e nunca mais voltou a ter contato com a família. “Ele me chamava de amigo, eu já fiquei apegado porque não tinha filhos. Aí passou um tempo, ele foi e me chamou de pai", conta Adilton.
O menino viu na internet que a juíza da cidade estava distribuindo cestas básicas em comunidades rurais, inclusive na dele, e aproveitou a oportunidade para fazer um pedido à juíza. Angelo então escreveu uma carta a lápis pedindo que ela substituísse o sobrenome do pai pelo de Adilton. "Senhora juíza, quero pedir encarecidamente que a senhora troque meu nome. Meu nome é Angelo Ravel Nunes de Sousa. E quero tirar o sobrenome Sousa. É o sobrenome do meu pai biológico. E eu gostaria muito de usar o sobrenome do meu verdadeiro pai, que é o meu padrasto" pediu o menino.
A mãe dele enviou a carta a um rádio local, que entregou à juíza. Um dia após receber a carta de Angelo, Kathleen Nicola Kilian, juíza titular da 1ª Vara da Comarca de Quixeramobim, o respondeu com outra carta, informando que agendou na Defensoria Pública um atendimento para a família dele para que seja formalizado o pedido feito pelo menino.
No dia primeiro de junho, a família foi atendida pela Defensoria Pública. O defensor público Jefferson Leite Dias explicou ao menino que o sobrenome do pai biológico não poderia ser retirado, mas o sobrenome do padrasto poderia ser acrescentado. O órgão vai buscar o reconhecimento do vínculo para os efeitos legais.
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