Algoritmo privilegia a exibição de imagens de pessoas brancas sobre pessoas negras
Sá Ollebar trabalha com Instagram há mais de seis anos e, cansada de não ter o engajamento devido, se deparou com duas alternativas: “jogar o jogo” do aplicativo ou abandonar as redes. Após escolher a primeira opção, deixou claro que “isso é um pedido de socorro e não é uma estratégia”, pedindo para que os poucos seguidores que recebiam suas publicações continuassem “fortalecendo o job”, através de comentários, curtidas e compartilhamentos.
Nos últimos dois dias ela continuou produzindo conteúdo com as mesmas temáticas que já abordava – maternidade, yoga, veganismo, plantas e autocuidado, mas dessa vez com um viés eurocêntrico.
No primeiro post ela publicou um álbum com três fotos de diferentes mulheres brancas e escreveu: “Pois é eu também sou bonita, mas o insta pensa diferente”. No segundo foi um complicado de imagens, também de mulheres brancas, fazendo yoga e escreveu “Certamente você já viu fotos minhas fazendo algumas dessas poses de yoga né?”.
Em outra publicação, as imagens eram de mulheres “vibes e tal”: brancas na praia e cercadas de plantas. Nessa, ela traçou: “Antes eu pensava que meus posts não apareciam porque eu não tinha a casa perfeita, a floresta perfeita e não morava na praia. Hoje eu moro na praia, construí uma casa de quase 400m2, tenho mais de 600 plantas e adivinha? Não adianta!”
Ainda tentando “jogar o jogo dos algoritmos”, Sá branqueou uma selfie que ela já havia publicado. A repercussão foi maior do que a foto antiga, porém menor do que a de mulheres brancas de verdade.
O resultado? O alcance aumentou em 6.000% e seus próprios seguidores que não recebiam os posts há meses receberam as imagens. Em sequência, a blogueira publicou um vídeo se apresentando para “as novas pessoas que estão chegando por aqui” e expôs “Eu até posso ser good vibes, mas eu não sou tapete”.
Ela ainda lembrou que o algoritmo não age sozinho. Quem programou os aplicativos foram CEO’s e executivo brancos. “Quem faz o algoritmo são PESSOAS! Quem faz o algoritmo são PESSOAS!”, escreveu um usuário no twitter sobre o caso.
Quando questionada sobre o próximo passo a se tomar diante da injustiça contra produtores de conteúdo negros no Instagram, Sá assegurou que a melhor opção é seguir denunciando até chegar a algum “branco salvador da pátria” e aconselhou aos seguidores “marca e remarca” esses “heróis” nos posts dela.
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