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Empresas prometem acabar com o novo coronavírus partir dos raios ultravioleta

OMS alerta sobre o perigo do uso dos raios ultravioleta diretamente no corpo humano


Por Ana Modesto

Foto: Reprodução/DW.com

Desinfecção de superfícies, água e ar foram as promessas feitas pelas fabricantes de lâmpadas "UV germicida". Empresas responsáveis já estão na lista de instituições que prosperaram durante a pandemia. No entanto, autoridades possuem ressalvas.


A ideia é que os sistemas de desinfecção prometidos possam matar todos os tipos de germes, mediante o uso de ondas curtas de radiação UV-C. Neste processo de desinfecção o novo coronavírus também seria um dos afetados.


A luz UV-C é uma forma de radiação eletromagnética, dividida em raios UV-A, UV-B e UV-C, sendo a UV- A a mais fraca e a UV-C a mais potente. Por isso, essa luz é a mais destrutiva sobre germes como bactérias e vírus. Em relação à Covid-19, os raios ultravioleta separam as moléculas e as informações genéticas do vírus, impedindo a multiplicação dos patógenos e eliminando a possibilidade do vírus de contagiar humanos, em questão de segundos.


Apesar de muito útil neste momento pandêmico, a utilização da luz UV-C como uma forma de desinfecção não é uma novidade. Este é um conhecimento utilizado há décadas na água potável ou em superfícies de ambulâncias, por exemplo. E o maior empenho por parte destas empresas pelo processo em desinfecção iniciou desde descoberta da covid-19 como um novo tipo de patógeno do Sars, com capacidade de transmissão por aerossóis pelo ar.


Empresa holandesa Signify já tem produção oito vezes maior do que antes da pandemia, como também neste ano lançou nova lâmpada UVC.


De acordo com Christian Goebel, especialista em UV-C da Signify, antes da pandemia, os sistemas de desinfecção por raios ultravioleta AV-C, tinham mercado na Ásia e na América do Norte. No continente europeu existe uma maior preocupação de unir a tecnologia com segurança.


Antes desta descoberta, as lâmpadas usadas em ambientes abertos eram vedadas por um denso invólucro. Agora, a nova lâmpada Signify direciona a radiação para cima por um refletor, formando um véu UVC no teto, que um local de circulação de ar e onde ocorre a desinfecção.


Heinz-Jörn Moriske, diretor da Comissão de Higiene do Ar Interior de IRK, relata a sua maior preocupação com os possíveis prejuízos à saúde humana pelo uso da luz ultravioleta em ambientes abertos de pessoas, através da fala:


"Se esses dispositivos são abertos pelos presentes na sala, pelo motivo que seja, e a lâmpada ainda estiver acesa, isso pode resultar em queimaduras graves na pele e nos olhos."


Organização Mundial da Saúde (OMS) também alerta do risco dos raios UV-C serem apontados diretamente para a pele humana, pois a luz é perigosa a qualquer celular viva, incluindo as células humanas, logo, podendo causar queimaduras ou até mesmo câncer.


Goebel, da empresa Signify e um dos fabricantes, parece não entender tais atitudes defensivas de alguns países e instituições que se mostram reticentes no uso da nova tecnologia e ainda relata:


"A tecnologia foi testada. Todos sabem que ela ajuda. Agora é apenas uma questão de usá-la com segurança."


Especialistas de Signify garantem que seus sistemas de desinfecção são seguros se instalados por profissionais. Declaram também que as todas as pessoas que ficam nas salas com a nova tecnologia devem ser instruídas de como agir em tais circunstâncias. Desta forma, as chances de acidentes esporádicos se descartaria.


Recentemente, a empresa manifestou em colaboração com a Boston University, a possibilidade do uso da radiação UV-C exterminar o novo coronavírus presente em superfícies, em questão de segundos. Apesar do otimismo, Heinz-Jörn Moriske avisa sobre outro ponto decisivo: os estudos ainda são inconsistente e não garantem a desinfecção pelo ar, por exemplo.


Estudos da Universidade de São Paulo (USP) indica chance que a luz não alcançar os germes em tecidos por se localizarem entre fibras do tecido.


Um dos fatores que dificultam maiores conclusões é a relativa complexidade em traçar padrões, pois, a intensidade da radiação, a frequência da circulação do ar como o tamanho da sala podem influenciar na eficiência do novo produto, por isso, requer maiores estudos sobre a especificidade que cada ambiente precisará. O que acaba não se tornando uma realidade, enquanto os estudos estão sendo feito em laboratórios, fora da realidade de todas as possibilidades de ambientes reais.


Moriske ainda relata sobre não haver certeza da funcionalidade do sistema de raios ultravioleta, ou sobre serem mais eficientes que os purificadores de ar com filtros mecânicos, por exemplo. Diretor ainda pede que tanto uso do novo dispositivo como purificadores ocorram apenas como última opção, recorrendo sempre a janelas e outros meios naturais de ventilação. E ele confirma isso na seguinte fala:


"Não deve resultar em que simplesmente se diga: 'Agora está frio demais, não vou abrir as janelas, tenho meu purificador de ar ligado e ele vai fazer o serviço.' Essa é exatamente a falácia que precisamos evitar."


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