O desbravar da República do Acre rumo à diplomacia brasileira
O Acre foi o último estado instituído no Brasil, pois até o início do século XIX era território da Bolívia. Por causa da borracha (látex, obtida das seringueiras) um processo de exploração iniciou na região e resultou em disputas políticas e financeiras.
Em 1899 houve a proclamação da República do Acre, por não reconhecerem a supremacia do governo boliviano. Assim, este estado independente foi um dos meios para contra-atacar do lado de cá. Já a Bolívia usou de auxílio norte-americano e inglês, com a assinatura do Tratado de Aramayo, em 1901, concedeu o território financeiramente à empresa. Não adiantou muito, pois no ano seguinte houve mais uma invasão brasileira.
Entre essa confusão, nenhum dos dois lados queria perder. A seringueira corresponde a um dos principais fatores para a evolução agrícola e financeira do norte do país. Dessa forma, a exportação trouxe visibilidade e emigração por busca de melhoria de vida.
Enquanto a Bolívia não priorizava o povoamento do Acre, os brasileiros queriam construir realmente um local habitável, não só para desbravar. Foi então que em 1903 ambos chegaram a um acordo. A anexação territorial ocorreu na cidade de Petrópolis, Rio de Janeiro, em 17 de novembro. Com representantes das duas nações, o valor pago pelo Brasil foi de 2 milhões de libras esterlinas (cerca de 15 milhões de reais hoje).
Como forma de troca, o Brasil entregou também um pedaço do Mato Grosso e ainda se responsabilizou por construir a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré para preservar a liberdade de trânsito, além de permanecer com as exportações.
Assim, o Tratado de Petrópolis é conhecido como uma espécie de "certidão de nascimento" do Acre. Em homenagem ao Barão do Rio Branco, ministro das relações exteriores da época, a capital é denominada Rio Branco oficialmente desde 1912.
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