Antes realizadas pelo Ligue 180 e Disque 100, denúncias poderão ser feitas através de aplicativo de mensagens
Foto: Isabelly Melo/CBN/JP News
Nesta quinta-feira (29), o governo federal anunciou uma nova forma de
denunciar a violência contra a mulher e contra os direitos humanos: através do WhatsApp. Antes disso, era necessário entrar em contato com a Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência ao ligar 180 para denunciar casos de violência contra a mulher e discar 100 para casos de direitos humanos.
Com esse novo canal de denúncias, a pessoa precisa adicionar no seu WhatsApp o número (61) 99656-5008 e enviar uma mensagem que, logo em seguida, obterá uma resposta automática. Depois será atendido pela equipe e sua denúncia será encaminhada “aos órgãos de proteção, defesa e responsabilização em direitos humanos”, onde será analisada.
"Isso vai ajudar a encontrar pessoas desaparecidas, a receber denúncias já com imagens. Alguém faz um vídeo, já anexa no WhatsApp, manda para nós, isso antecipa muita coisa. Não é uma prova ainda, mas uma antecipação de prova, inclusive para o delegado ver o vídeo, o tamanho da
gravidade, e já buscar medidas protetivas, medida restritiva. Então, vai vir mesmo para gente proteger cada vez mais os vulneráveis: a mulher, a criança, o idoso, povos tradicionais", afirmou a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves.
Em relação ao envio de mídias para esse número, segundo o Isto É Dinheiro, a Gabriela Mansur, promotora de Justiça do Ministério Público de São Paulo, lembrou que há validade probatória de arquivos de mídia mostrando agressões, por exemplo, e que são importantes para cada denúncia.
Gabriela Mansur também falou que mulheres brasileiras que sofrem violência no exterior serão atendidas, independente do país em que estão. “Nós estamos também montando fluxos para atender essa mulher no país em que ela sofre violência muitas vezes sozinha, sem falar a língua, sem conhecer a Justiça daquele país. E nós, como princípio da nacionalidade, temos o dever de proteger essas mulheres também no estrangeiro”.
A ministra Damares acrescentou essas mulheres podem viajar com o número para denúncias, salvo nos contatos do de seus telefones celulares e que isso facilitará o atendimento, pois há “casos de meninas que saem do país em busca de emprego e quando chegam ao destino são exploradas e casos de mulheres que se casam com estrangeiros e ficam cativas”, entre outros.
O Brasil é o quinto país do mundo no ranking de violência contra a mulher. Segundo dados divulgados no Mapa da Desigualdade, em São Paulo, entre 2016 e 2019, o número de mulheres vítimas de violência doméstica aumentou de 50.566 para 83.001, cerca de 64%. O número de vítimas de feminicídio também aumentou cerca de 72% nesses três anos.
De acordo com o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, o número de denúncias dessas violências cresceu 40% ao comparar os meses de abril de 2019 e 2020. Entretanto, segundo a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, o número de atendimentos gerais caiu com o isolamento social, já que em março haviam sido 2.685 atendimentos, em abril foram 1.002 e em agosto apenas 2.026.
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