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Amazônia: Ao menos 2.195 pessoas foram internadas por doenças respiratórias em 2019

Além dos danos à fauna e à flora e da contribuição para as mudanças climáticas, a devastação ambiental está comprometendo a saúde de milhões de brasileiros que vivem na região


Por Giovanna De Luca

Foto: Reprodução/Catraca Livre

Um relatório publicado hoje (26/08) pelas organizações Human Rights Watch, Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS), afirma que pelo menos 2.195 hospitalizações por doenças respiratórias em 2019 foram consequências das queimadas. Dentre essas pessoas, 467 são bebês de 0 a 12 meses e 1.080 idosos com mais de 60 anos. Indígenas, também estão entre os mais ameaçados pelos incêndios que vem se desenvolvido, ainda mais, na mata desde o ano passado.


Irritabilidade nos olhos, bronquite, inflamação pulmonar, asma e insuficiência cardíaca são sintomas possíveis para quem está exposto à fumaça e a cinzas. "A fumaça é repleta de material particulado, um poluente ligado a doenças respiratórias e cardiovasculares, assim como a mortes prematuras. Crianças e idosos, além de grávidas e pessoas com condições crônicas no pulmão e coração, são especialmente vulneráveis", explica o documento. Além disso, ele consta que os impactos na saúde procedentes das queimadas podem ser observados distantes dos focos de incêndio.


De acordo com o portal de notícias BBC, eles ainda expuseram que, em agosto de 2019, mais de 3 milhões de pessoas em 90 municípios amazônicos inalaram um ar que possui níveis de poluição atmosférica acima do limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No mês seguinte, o número aumentou para 4,5 milhões de pessoas em 168 municípios.


Segundo pesquisadores, trata-se de uma “crise crônica e evitável de saúde pública”, que poderia ser evitada caso o governo criasse um sistema eficiente para monitoramento da qualidade do ar aliado a um projeto de fortalecimento as agências ambientais dedicadas à proteção da floresta. Isso porque de acordo com os autores, os incêndios não acontecem espontaneamente, eles são instrumentos de desmatamento com a finalidade de liberar áreas para a agropecuária ou para a especulação fundiária.


Críticas ao governo de Jair Bolsonaro


O documento concebeu uma gama de críticas ao governo federal atual. Sendo elas: justamente o primeiro ano de mandato de Bolsonaro, no caso 2019, coincide com um aumento de 85% do desmatamento na Amazônia. Além disso, foi apresentado um dado do estudo de 2020 em comparação com o de 2019: julho de 2020 teve 28% mais focos registrados do que o mesmo mês do ano passado.


"Para mim, o que explica a alta dos focos de incêndio no ano passado foi… uma afronta. A impunidade acabou sendo estimulada por várias falas do presidente, e os proprietários rurais realmente se sentiram livres para cometer ilícitos ambientais sem medo de serem punidos", avaliou Ane Alencar, diretora de ciência do IPAM.


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