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A realidade oculta em secretarias escolares na rede pública de São Paulo

  • Paula Sant'Ana
  • 25 de mar. de 2021
  • 3 min de leitura

O funcionamento administrativo escolar não é o mesmo, mas continua operante para atender


Foto: capacitacaoead.com.br

Com a crescente taxa de contaminação da covid-19 e, consequentemente, o colapso do sistema de saúde do Estado de São Paulo, não foi possível manter o funcionamento das escolas da mesma maneira. Por isso, alunos e professores estão novamente em casa desde que essa nova fase do Plano SP foi instaurada, em 15 de março, após pronunciamento oficial do governador João Dória.


Mas nem tudo parou. Os profissionais que lidam com a parte secretarial e administrativa permanecem atuantes. Utilizando de um quadro menor de funcionários, com escalas e até mesmo alteração de horários, diversos ambientes educacionais seguem assim por conta da pandemia para manter o atendimento aos pais e responsáveis.


Existe, entretanto, um sentimento de insegurança por parte desses trabalhadores que estão ativos no momento. Lidar diretamente com o público sem estar devidamente imunizado tem sido uma das maiores discussões acerca do funcionamento de escolas, principalmente as públicas. Para Maysa Rodrigues, 41, diretora da EMEI Doraci dos Santos Ramos, o cotidiano tem sido tenso. "Em muitos casos precisamos fazer o convencimento para que as famílias entrem na escola de máscara e nos sentimos muito vulneráveis. Por outro lado, entendemos a dificuldade desse momento para as famílias, e fazemos o possível para ajudá-las!", relata.


Muitos pais e/ou responsáveis se veem em uma situação diferente do costume, algo novo de lidar. Maysa comenta sobre o tema. "Tem sido difícil. Muitas das nossas crianças moram em prédios, e com pouco espaço acabam por ficar muito ansiosos e agitados. A escola é o lugar onde eles correm, brincam e extravasam as energias. A grande maioria dos pais, apesar de tudo, entendem a situação, e sabem da importância desse distanciamento nesse momento".


A educação infantil não necessita de tantas atividades como nos ensinos fundamental e médio, mas uma interação e sociabilidade tem feito falta, para isso, também são os pais que têm aprendido a lidar, de acordo com as indicações dos profissionais da educação. "No caso da educação infantil tratamos mais com as famílias, as orientando para que elas consigam ajudar as crianças nas propostas que geralmente são lúdicas! Vídeos-chamadas, orientações, postagens no classroom e no WhatsApp, além de suporte contínuo às famílias fazem parte de todo planejamento de apoio aos estudos!", comentou Maysa.


Também são muitos os desafios daqueles que estão na linha de frente do atendimento e aprender coisas novas para se adaptar foi uma delas. Nilva Carolino, 54, agente de organização escolar na E.E. Nair Hiroko Konno Hashimoto detalha acerca das mudanças internas. "Tivemos que aprender algo que nunca foi desenvolvido ao longo da nossa vida, que foi encarar a tecnologia a curto prazo." E complementa. "O atendimento é intenso. Sendo que o número de funcionários é menor, por conta dos funcionários do grupo de risco."


Apesar do advento da tecnologia ser importante, existem dificuldades que podem passar despercebidas. "Muitos pais não conseguem acessar o Centro de Mídias, têm muitas dificuldades. Outros não têm acesso à internet, não tem computador ou celular para os filhos poderem fazer as aulas remotas.Algumas famílias vivem com precariedade na alimentação", é o que explica Nilva.


Em meio aos decretos e restrições, cinco feriados foram antecipados na cidade de São Paulo. Assim, independente de qual órgão seja, estadual, municipal ou até mesmo privado, deverão cumprir essas "folgas", não é algo facultativo ou opcional. Apenas estabelecimentos considerados essenciais (farmácias, clínicas e hospitais, mercados…) seguem normalmente, mas com cautela.


No último dia 22 de março, o Estado de São Paulo bateu o recorde de mortes por conta da covid-19, um total de 1021 óbitos, o pior desde o início da pandemia. Após pronunciamento do Governo de SP na quarta-feira (24), estima-se que os educadores da rede pública e privada sejam vacinados a partir do dia 12 de abril. Em torno de 350 mil pessoas devem receber o imunizante.


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