A falta das licenças ambientais emitidas pelas autoridades é o motivo que impede um anúncio oficial da F1
Em 2018, a notícia de um projeto de construção para um autódromo no Rio de Janeiro tornou-se pública e desde então há conflitos judiciais, políticos contrários e líderes ambientais na briga para a efetiva construção de uma nova pista para o circuito brasileiro dos Grandes Prêmios da Fórmula 1.
No entanto, com exclusividade para o Motorsport.com, a carta enviada pelo CEO da F1, Chase Carey, ao governador em exercício no Rio, Cláudio Castro, foi divulgada pela plataforma, e nela há a confirmação do acordo para a realização do GP no Brasil. A consórcio Rio Motorsports seria a responsável pela construção, organização e administração do autódromo construído.
As duas grandes metrópoles do país atualmente disputam sediar a etapa brasileira da F1. O circuito de São Paulo tinha contrato assinado para ter a última temporada sediada no José Carlos Pace até este ano, mas com a pandemia do coronavírus, a prova foi cancelada. O Rio de Janeiro tem exclusividade com a Liberty Media, promotora da F1, até março. O valor da proposta carioca para sediar a F1 é de aproximadamente US$ 65 milhões, contra US$ 20 milhões de São Paulo para manter a prova em Interlagos.
A polêmica em torno da construção da pista é devido ao grande desmatamento que seria realizado na zona oeste da capital fluminense, em Deodoro. No terreno cedido pelo Exército, está localizado o ecossistema da Floresta do Camboatá, uma das últimas áreas florestadas da cidade. Em contrapartida, a Rio Motorsports promete compensar a imensa perda ecológica após a construção da pista com uma série de ações, como o replantio de 700 mil árvores, políticas de neutralização do carbono, reutilização da água.
O Instituo Estadual do Ambiente (INEA) necessita elaborar a ficha técnica a respeito do Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) para o novo autódromo. Uma vez concluída esta etapa, a ficha será enviada à Procuradoria, e posteriormente à Comissão Estadual de Controle Ambienta (CECA), responsável pela emissão das licenças ambientais necessárias para o anúncio oficial da F1 e o início efetivo das obras em Deodoro.
Veja abaixo a carta na íntegra:
“Querido governador Cláudio Castro,
Espero que esta carta chegue bem até você e espero que você e seus colegas estejam bem conforme possível nestes tempos desafiadores e complicados.
Obrigado por seu apoio para marcar a Fórmula 1 no Brasil. O Brasil tem um papel especial na história da Fórmula 1 e nós temos muitos e valorosos fãs no Brasil.
Estou escrevendo para atualizá-lo de que nós agora finalizamos os acordos para uma corrida com o Rio Motorsports LLC, que vai sediar, organizar e promover eventos da Fórmula 1 no Rio de Janeiro. Esses acordos estão prontos para execução e anúncio por parte da Fórmula 1 assim que todas as licenças necessárias forem expedidas pelas autoridades relevantes, como INEA/CECA, no Rio de Janeiro, Brasil.
Por favor, sinta-se livre para me contatar a qualquer momento. Estamos ansiosos para um futuro excitante no Brasil."
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